O protagonismo político-estético das artes afro-brasileiras

Com o tema "O protagonismo político-estético das artes afro-brasileiras", pretende-se posicionar em primeiro plano os agentes e produções envolvidos nos processos das chamadas produções afro-brasileiras. É fato que há diferentes compromissos político-estéticos que perpassam o tempo de tais produções; no entanto, suas partilhas revelam a preocupação dos sujeitos criativos e intelectuais envolvidos em construir coletividades que articulam outros formatos de vida, sociedade, ética, criação e redes de debate. Falar sobre a contribuição das artes afro-brasileiras não se trata de lançar pensamentos a uma atuação secundária na narrativa das artes do país, mas de se projetar para o seu alicerce e projeção.

Com o 3º Festival NegrArte, esperamos gerar encontros instigantes e debates que contribuam para a articulação do pensamento emancipatório de liberdade protagonizado pelas artes afro-brasileiras, a curadoria é assinada por Luciara Ribeiro.

Curadora

Luciara Ribeiro

Luciara Ribeiro

Luciara Ribeiro - Educadora, pesquisadora e curadora. Nascida em Xique-xique, Bahia, reside entre São Paulo e Goiânia. É mestre em História da Arte pela Universidade de Salamanca (USAL, Espanha, 2018) e pelo Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP, Brasil, 2019). É graduada em História da Arte pela UNIFESP (2014) e possui curso técnico em museologia pela Escola Técnica Estadual de São Paulo (ETEC/SP, 2015). É integrante da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA). É colaboradora da Revista Contemporary And América Latina e da plataforma virtual Projeto Afro. É docente no Departamento de Artes Visuais da Faculdade Santa Marcelina e no Centro Universitário Fundação Armando Alvares Penteado. É Diretora artística no Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes. E curadora do III Festival NegrArte.

Instagram: @luciribeir0

Palestrantes Convidados

Cidinha da Silva

Cidinha da Silva

Cidinha da Silva (MG) é escritora, doutora em Difusão do Conhecimento e conselheira da Casa Sueli Carneiro. Tem 18 anos de carreira literária e 21 livros publicados, contando com mais de trezentos e cinquenta mil exemplares em circulação, dentre eles, os premiados, Um Exu em Nova York e O mar de Manu. Organizou duas obras fundamentais para o pensamento sobre as relações raciais contemporâneas no Brasil, Ações Afirmativas em Educação: experiências brasileiras (2003) e Africanidades e Relações Raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (2014). Vários de seus livros integram políticas públicas de formação de acervo nos níveis federal, estadual e municipal. Tem publicações em alemão, catalão, espanhol, francês, inglês e italiano. É cronista do jornal Rascunho (site). Sua publicação mais recente é “Tecnologias ancestrais de produção de infinitos” (crônicas).

Instagram: @cidinhadasilvaescritora

Lubi Prates

Lubi Prates

Lubi Prates (1986, São Paulo / SP / Brasil) é poeta, tradutora, editora e curadora de Literatura. Tem quatro livros publicados (coração na boca, 2012; triz, 2016; um corpo negro, 2018; até aqui, 2021). “um corpo negro” foi contemplado pelo PROAC com bolsa de criação e publicação de poesia e, além de ter sido finalista do 4º Prêmio Rio de Literatura e do 61º Prêmio Jabuti, também foi traduzido e publicado na Argentina, Colômbia, Croácia, Estados Unidos, França, Portugal e Suíça; com publicação na Alemanha e Itália prevista para 2024. "até aqui" foi finalista do 64º Prêmio Jabuti. Tem diversas publicações em antologias e revistas nacionais e internacionais. Co-organizou os festivais literários para visibilidade de poetas, [eu sou poeta] (São Paulo, 2016) e Otro modo de ser (Barcelona, 2018) e do 3º Festival Mário de Andrade (São Paulo, 2023) e também participou de outros festivais literários no Brasil e em outros países da América Latina e da Europa, como a 21º FLIP. Traduziu autoras como Maya Angelou, Audre Lorde, June Jordan, Lucille Clifton, Dionne Brand, Flora Nwapa, entre outras. Foi jurada do Prêmio Sesc de Literatura, Prêmio Oceanos e Prêmio Jabuti. É sócia-fundadora e editora da nossa editora. Dedica-se à ações que combatem a invisibilidade de mulheres e negros. É doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

Instagram: @lubiprates

Daniela Rezende

Daniela Rezende

Daniela Rezende é poeta, escritora, artista-educadora e pesquisadora. Bacharela em história da arte pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e mestra em letras pela Universidade de São Paulo (USP), nasceu e mora em São Paulo, SP. Atua há uma década como educadora em museus e equipamentos culturais de sua cidade, já tendo desenvolvido oficinas e outras ações educativas em unidades do Sesc SP, no Theatro Municipal de São Paulo, na Bienal de Arte de São Paulo, no Centro Cultural FIESP e em outros locais. Em 2021, atuou como artista educadora de literatura no PIÁ – Programa de Iniciação Artística, da Secretaria Municipal de Cultura. No momento, é educadora no Museu da Língua Portuguesa. Em 2022, publicou Uma mulher só não faz verão (Urutau), obra semifinalista do Prêmio Oceanos 2023 na categoria poesia. Além deste livro, publicou textos em diversas revistas virtuais e zines, além da plaquete Mãe fantasma (Primata) em 2023. Teve, ainda, um videopoema apresentado no 4º Concurso de Videopoesia da Desvairada – Feira de Poesia de São Paulo (2020).

Instagram: @rezende.danielaa

Vanessa Souza Ferreira

Vanessa Ferreira

Vanessa, tem 38 anos, é oriunda da periferia da cidade de São Paulo, Zona Sul. Terceira filha de mãe solo. Cresceu na Cruz de Malta, uma instituição que atende crianças em situação de vulnerabilidade na região do Jabaquara. Desenvolveu apreço pelas artes ainda na infância. Em 2006 entrou na Belas Artes pelo PROUNI, com formação em Publicidade. Em 2017 criou a Preta Ilustra, um lugar seguro para além da periferia. Vem unindo a arte e a publicidade em trajetórias ilustradas, protagonizando um legado artístico preto e feminino.

Instagram: @pretailustra

Bruno Pinheiro

Bruno Pinheiro

Bruno Pinheiro é historiador da arte, curador e educador. É doutor em História pela Unicamp com a tese “Modernismo Negro na Bahia: arte e relações raciais, 1947-1964”. Ministrou atividades de formação em instituições de arte como o Museu de Arte de São Paulo, Pinacoteca do Estado e Fundação Bienal de São Paulo e possui publicações em periódicos e livros no Brasil e no exterior. Entre 2020 e 2021, atuou como pesquisador visitante do Institute of Fine Arts da New York University. Foi co-curador da exposição “Da Kutanda ao Quitandinha - 80 anos” no SESC Rio. Tem experiência de pesquisa e ensino nos seguintes temas: Modernismos; Cultura Visual; História do Racismo e Anti-Racismo; História Negra.

Instagram: @brunoemtransito

 

Horrana de Kássia Santoz

Horrana de Kássia Santoz

Atua como curadora-assistente no núcleo “Fotografia Contemporânea & Revista Zum” do Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Educadora e curadora, foi curadora de pesquisa e ação transdisciplinar na parceria entre a Coleção Ivani e Jorge Yunes e a Pinacoteca de São Paulo, além de ter sido responsável pela programação pública do museu e pelo desenvolvimento do programa de comissionamento Atos Modernos. No Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), integrou o núcleo de mediação e programas públicos e foi curadora da Sala de Vídeos entre 2018 e 2020.

Instagram: @horrana.santoz

Leonardo Rodrigues

Leonardo Rodrigues

É pesquisador, editor de vídeo e ilustrador. Graduado em Design Gráfico pela Universidade Anhembi Morumbi com bolsa integral pelo ProUni (2016). Especialista em Mídia, Informação e Cultura pelo CELACC  na Universidade de São Paulo (2020). Mestrando em Estética e História da Arte pelo PGEHA, na Universidade de São Paulo. Suas pesquisas focam na presença de artistas negros na produção de histórias em quadrinhos no Brasil e em suas produções, bem como em quadrinhos que abordem questões relacionadas as experiencias negro-brasileiras. É editor de vídeo e jornalista no Brasil de Fato. Já escreveu e produziu conteúdos sobre histórias em quadrinhos e cultura pop para diversos veículos, incluindo Itaú Cultural, Cartunadas, Revista Omenelick 2o Ato, Portal Genkidama, Farofafá e Portal PerifaCon. Faz parte do AfroNerd, página que fala sobre histórias em quadrinhos e cultura pop a partir de uma perspectiva negra. Também desenvolve trabalhos com ilustração tradicional e digital, já tendo estudado desenho, pintura tradicional e histórias em quadrinhos. Foi finalista do 30⁠º Nascente USP na categoria "texto" com a história em quadrinhos autoral "Fios", em 2023.

Instagram: @leodygaga

Alexandre dos Anjos

Alexandre dos Anjos

Artista visual, pesquisador e curador. Graduado em Desenho de Moda e pós-graduado em Criação pela Faculdade Santa Marcelina, trabalha com pintura e processos têxteis que incluem bordados e costuras, desenvolvendo figurinos para espetáculos, performances e escolas de samba. Sua pesquisa artística protagoniza o corpo preto e sua espiritualidade, relacionando resistência, carnaval e indumentária à preparação para a luta, para a festa e para o ritual. Busca criar efígies e figuras de contemplação, em um sincretismo singular que intui compreender o que está além do corpo físico.

Instagram: @alexandre_dos_anjos

Isa Silva

Isa Silva

​​Isa Silva - estilista baiana, hoje reconhecida e radicada no mercado de moda paulistano, traz em sua marca Isaac Silva uma forte essência da cultura brasileira. Inspirada na visão e vivência afro e indígenas, a empresária, influenciadora no segmento da moda, consultora, palestrante imprime ao DNA da sua marca seu nome e, acima de tudo, suas referências baianas, com seu lema “Acredite no seu axé “.

Conhecida por desenvolver uma moda inclusiva, Isa já fez desfiles icônicos que transborda brasilidade e histórias antes esquecidas ou desconhecidas através de roupas sem gênero para públicos diversos.

Instagram: @isaisaacsilva

 

Glaucea Helena de Britto

Glaucea Helena de Britto

Glaucea Helena de Britto é Mestra em Artes e Licenciada em Educação Artística pela Universidade de São Paulo (USP). Possui Certificado em Estudos Afro-Latino-Americanos pela Universidade de Harvard. É former fellow em Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas (ONU), gestora do Terreirão Cultural, coordenadora de espaços educativos do Akoma Institute e curadora assistente do MASP, instituição na qual é responsável pela coordenação do programa MASP Escola e onde realizou a co-curadoria das exposições "Dalton Paula: retratos brasileiros" (2022), "Histórias brasileiras" (2022) e "Lia D Castro: em todo e nenhum lugar" (2024). Foi assistente de coordenação do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil, assistente artístico-pedagógica da Fábrica de Cultura Brasilândia, formadora em educação para as relações étnico-raciais da Secretaria Municipal de Educação (SME-SP), artista-educadora do Programa de Iniciação Artística da Secretaria Municipal de Cultura (SMC-SP) e coordenadora proponente do projeto "A Journey Through the African Diaspora" (American Alliance of Museums).

Instagram: @glauceahelena

Alecsandra Matias

Alecsandra Matias

Doutora em Artes Visuais (ECA USP). Pós-doutorado em Artes Visuais (UNESP). Curadora independente. Professora do CELACC (ECA USP). Pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes (ECA USP). Especialista em Cooperação e Extensão Universitária no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP). Membro da Associação Internacional de Crítica de Arte (AICA). Articulista do Jornal da USP, editora da Revista Arte & Crítica e colaboradora da DasArtes. Autora dos livros Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011) e Memória da Resistência (MCSP, 2022).

Instagram: @ale_matias

Ana Paula Lopes

Ana Paula Lopes

Brasileira e residente em Santo André. Mestre em História da Arte pela Unifesp (2022), e graduada em Arte: História, Crítica e Curadoria pela PUC-SP (2014). Trabalhou nas galerias White Cube, Mendes Wood DM e Jaqueline Martins. Publicou textos na Revista Terremoto (México) e Experiências Negras (publicação digital do Instituto Tomie Ohtake). Foi produtora da Paisagens Expandidas, exposição individual de Sandra Mazzini no Museu Nacional da República (Brasília) e coordenou o programa educativo da exposição Mãe Preta na Funarte-SP. Atualmente é assistente de curadoria na Pinacoteca do Estado de São Paulo e trabalhou como curadora assistente no Instituto Tomie Ohtake. Pesquisa o espaço geopolítico na construção da curadoria, com base no geógrafo Milton Santos e na história das exposições na América Latina nas décadas de 1970 e 1980.

Instagram: @anapaulapeslo

Janaína Machado

Janaína Machado

Janaína  Machado é educadora e pesquisadora. Mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela UFBA, com a pesquisa “Radiografias Epistêmicas: Poéticas Políticas Negras na Bienal de São Paulo”, e graduada em Letras-Português e Linguística pela USP. Desenvolve pesquisas e consultoria no campo dos estudos das relações étnico-raciais a partir do eixo da mediação cultural, arte e educação, promovendo cursos de formação de educadores e professores. Pesquisa o campo da performance da negritude e da crítica negra artística contemporânea. Foi curadora educativa  da exposição Dos Brasis: Arte e Pensamento Negro no Sesc Belenzinho e atualmente coordena o GT nacional de Teorias do Espetáculo e da Recepção da ABRACE.

Instagram: @janaina_mariamachado

Dayony Moura

Dayony Moura

Designer-multiartista com atuação nas artes visuais em direção criativa, figurino, design gráfico e direção de arte. Nascida em Pirapora, Minas Gerais, viveu dez anos em Belo Horizonte onde concluiu sua graduação em Design e começou sua carreira como empreendedora transformando e potencializando a economia criativa junto de jovens trans pretes na capital mineira. Desde sua formação, além dos projetos paralelos, mantêm a @trashrealoficial, Projeto Social que é uma plataforma de empregabilidade para pessoas da comunidade TLGBQI+ e, principalmente jovens artistas trans e travestis pretes. RE-significa a produção sustentável ancestral nas artes visuais por via da criação de imagem, do design e da moda. Dirigiu o curtametragem BARRANKÊRA;corpasafrotransdiaporicas em trânsitos fomentado pelo Instituto Tomie Ohtake.

Instagram: @dayonymoura

Giulia Fagundes

Giulia Fagundes

É designer gráfica e diretora de arte independente. Reconhecida como Young Talent 2020 pelo Latin American Design Festival, seu trabalho visa explorar novas perspectivas através da criatividade, resultando em projetos para marcas como Nike, YouTube e Instituto Moreira Salles e em palestras e cursos focados no mercado criativo.

Instagram: @giuliafagundes

Apresentação Musical

Cordão de Micaela

Cordão de Micaela

O Cordão faz homenagem à Dona Micaela Vieira, que no final do século XIX exerceu o ofício de parteira, ganhando o nome de uma praça no bairro da Penha, zona leste de São

Paulo. O Cordão conta com ritmo e músicas próprias, bonecões confeccionados junto à comunidade e performances especiais celebrando o nascimento e o ciclo da vida, os conhecimentos ancestrais do partejar, da doulagem e cuidados com as mulheres, gestantes, bebês e crianças. O grupo é formado por integrantes da Comunidade do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França e tem produção do Movimento Cultural Penha, entidade que desde 2006 desenvolve pesquisas e produção cultural na área do patrimônio cultural e memória. Duração 60 minutos /

Site oficial do MCP: https://movimentoculturalpenha.com.br/

Site oficial da Comunidade do Rosário: https://comunidadedorosariodapenha.com.br/

Instagram: @comunidaderosariodapenha

Kizomba

A Kizomba do Rosário é uma proposta formada por músicos e cantoras da Comunidade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Penha de França. Todo primeiro domingo do mês, há mais de 10 anos, o grupo se reúne em roda no Largo do Rosário, com toques e músicas que celebram a coletividade, ancestralidade e contemporaneidade afro-brasileira.

Convidada de Abertura

Rosane Borges

Rosane Borges

Jornalista e escritora, é doutora em ciências da comunicação com pós- doutorado na área, professora convidada do Diversitas (FFLCH-USP) e pesquisadora do Colabor (ECA-USP), professora PUC-SP. Tem incidência direta no mundo corporativo: atualmente, Rosane Borges também é consultora líder em raça e gênero e produtora de inteligência da Rede Globo e ministra palestras nas áreas acima arroladas; coordena a Escola Longa, uma experiência de educação online, voltada para saberes e fazeres das culturas e pensamento negros. É articulista da Revista Istoé e contribui com frequência com artigos para a seção Ilustrissima da Folha de São Paulo. É autora de diversos livros, entre eles: Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro (2004), Perfil biográfico de Sueli Careiro (2009), Mídia e Racismo (2012), Esboços do tempo presente (2016) e Fragmentos do tempo presente (2021). Em sua carreira recebeu os prêmios "Destaque Acadêmico", da Câmara Brasileira de Cultura (2018); "Presença Negra", do Coletivo de Artistas e Intelectuais Ligados à Cultura (2016) e Homenagem do grupo “Fala Preta!”, pelo compromisso com a população negra (2006). Este ano foi premiada como Decana do Prêmio +Admirados Jornalistas da Imprensa Brasileira, uma realização do Jornalistas & CIA e receberá ao lado de Chico César o prêmio de reconhecimento pela trajetória na Balada Literária.

Instagram: @_rosaneborges

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